Bastion

Bom não sei bem o que escrever sobre esse jogo, acho que a melhor maneira de começar e dizendo "que jogo foda!" É de longe ao lado de Braid e Limbo o melhor Indie que já tive o prazer de jogar.

Lançado em 2011 pela Super Giant Games, empresa formada por um grupo de ex-funcionários da EA, o jogo foi originalmente lançado para Xbox Live Arcade e na Steam, a PSN ficou de fora dessa.

O mais incrível é que esse jogo assim como Braid não tem cara de um jogo Indie, apesar de ser desenvolvido por uma equipe pequena tanto o visual, quanto a jogabilidade o som as musicas e também a historia foram muito bem feitas, tanto cuidado dos desenvolvedores na criação de um jogo hoje em dia é raro, talvez pelo fato de ser feito por uma equipe tão pequena o jogo seja tão bom e tão bem feito.

Bastion é um RPG de ação algo já visto em jogos como Zelda, com armas e ataques em tempo real, adição de level tanto ao personagem quanto as suas armas, ambientado em um mapa em parte dentro de um mundo aberto, mas bem  linear já que não se abrem mais de uma nova fase a cada fase concluída porem você pode ir e vir pelas fases já concluídas.

Vou começar pela arte do jogo visualmente Bastion é um show, tem o visual isométrico de jogos como Diablo e o cenário compondo a narrativa da historia se forma conforme o personagem avança, isto não é só um conceito gráfico sem objetivo no jogo é na verdade uma composição visual muito viva e colorida que mistura vários conceitos visuais de culturas de regiões como o Oriente Médio, Asia e Europa, isso casa muito bem com a historia em cada detalhe e como esse universo destruído e também muito bonito reage ao personagem no desenrolar da historia.

O jogo tem muitas armas, compondo combate melee com armas como martelo, lança e facão e armas de ataque a distancia como pistolas, arco, besta, morteiro e ate uma bazuca. O jogo conta também com assits onde o jogador pode sumonar alguns monstros para ajudar nas batalhas, ou lançar algum tipo de ataque especial, dadas essas 3 habilidades de ataque o jogador pode compor sem restrição seu arsenal escolhendo duas armas e um assist, isso abre uma gama muito grande composições. 

Sempre que uma nova arma é encontrada no mapa é aberto uma nova fase onde o jogador pode obter um item para evoluir essa arma  geralmente é um desafio onde o jogador deve matar um certo numero de inimigos em um tempo especifico feito isso o item é liberado. 

Além de armas e itens no desenrolar da historia é possível encontrar alguns ídolos e rascunhos de objetos existentes no universo de Bastion, os ídolos são na verdade uma maneira de aumentar a dificuldade do jogo um conceito bem interessante, existe um ídolo que aumenta a resistência dos inimigos outro que os faz lançar granadas ao serem derrotados entre outros, em contra partida além de aumentar a dificuldade eles aumentam as recompensas ao derrotar um inimigo como mais dinheiro, mais XP e itens. Os rascunhos são desenhos encontrados no jogo que quando abertos possibilitam ver a historia por trás do objeto e entender melhor o que se passa no jogo.

A trilha sonora de Bastion também é muito  interessante mesmo tendo apenas duas musicas cantadas muito legais, as demais musicas que compõem o jogo são uma misturada de musica árabe com uma batida de country, folk, ate rock no inicio achei bem estranho mas combinou muito bem com o jogo, e as musicas cantadas representam ápices da historia do jogo e são muito emotivas. 

Outro fator ligado ao som do jogo é a presença de um narrador, esse narra as ações do personagem em tempo real mas de uma maneira inovadora, o narrador conta a historia e apresenta sempre uma informação nova ou detalha um cenário ou inimigo enfrentado, isso é parte fundamental da historia e compõem toda interação entre os personagens e o porque de tudo aquilo estar acontecendo.

Bom vamos ao jogo, o jogador começa controlando o personagem chamado Kid acordando em um mundo destruído por um evento chamado de Calamity "a calamidade"  que lançou pelos ares todos os fraguimentos que compõe aquele mundo, Kid segue um caminho que se forma a sua frente e o narrador vai contando o que era aquele mundo. Cealondia uma terra prospera mas em conflito com os Ura, o garoto "Kid" trabalhava na construção da muralha que deveria proteger Cealondia dos Ura, ele vivia com sua mãe mas em Cealondia todos os abitantes devem trabalhar por um ano na construção da muralhara Kid já havia trabalho por um ano mas quando voltou pra casa e soube da morte de sua mãe ele decidiu voltar e continuar trabalhando na muralha.

Nessa introdução da historia Kid encontra suas armas mais básicas e um cristal e ao final da fase ele cai no Bastion um lugar isolado da Calamity e la encontra Rucks um senhor que assim como Kid é de Cealondia que lhe diz que Bastion tem o poder de fazer com que seu munto seja reconstruído.

Dai em diante Kid parte em sua jornada para obter os fragmentos que podem reconstituir Bastion e eu como jogador vou descobrir o que acontece ao longo dessa historia.

Durante a jornada dois novos personagens surgem Zia uma garota Ura criada em Cealondia,  após a morte de sua mãe é criada por seu pai, e ela por ser Ura e discriminada pelo povo de Cealondia e tenta fugir de la com seu namorado os dois são pegos e ela e traída por ele que a acusa de fugir e tentar avisar os Ura que seu pai esta construindo uma arma para elimina-los, as autoridades então oferecem um acordo ao pai de Zia em troca da liberdade da filha o cientista deve terminar de construir entregar a tal arma.

Encontramos também Zulf um Ura criado por um clérigo e estava em Cenlondia buscando a paz entre essas nações descobre sobre a arma mais isso foi tarde demais.

Não sei bem por que motivo mas parece que o Pai de Zia ativa sua arma o jogo não da mais detalhes se foi isso que causou a Calamity ou o que era a arma porem parece que essa arma causa a Calamity destruindo Cenlondia e o resto do mundo deixando suspenso nos céus os destroços o que restou.

Rucks o criador do Bastion e Kid parecem ser os únicos sobreviventes de Cenlondia além de Zia e Zulf, porem Zulf ao saber da existência do Bastion  decide destruir-lo para isso ele toma um dos fragmentos do Bastion, sequestra Zia e vai até o que restou de Ura em busca de sobreviventes e ajuda para impedir Kid de ativar o Bastion.

Mais a frente na historia Rucks revela que o Bastion tem o poder de voltar o tempo antes da Calamity evitando que ela aconteça, porem cabe a Kid encontrar os fragmentos e tomar essa decisão.

A medida que o jogo evolui a vamos conhecendo as historias de Zia e Zulf isso passa a influenciar na sua decisão final. 

Rucks é o narrador conta no decorrer do jogo toda a historia de como e porque o Bastion foi criado e por que ele espera que Kid tome a decisão certa ao mesmo tempo que conhecemos a angustia de Zulf e Zia que fazem parte de um povo oprimido e sempre em guerra com Cealondia.

A historia claro culmina na batalha final entre Kid e os Ura sobreviventes avisados por Zulf, Kid os derrota e consegue o ultimo fragmento para recompor o Bastion e temos a primeira grande decisão a ser tomada por Kid, salvar Zulf (não entendi bem o porque dos ura se voltarem contra ele no final do jogo) caído e quase morto ou abandona-lo e seguir seu caminho, da primeira vez que joguei escolhi salva-lo e Kid se desfaz de sua arma e o carrega nas costas ambos são atacados pelos Ura (nesse momento toca o tema de Kid essa musica é foda bem triste também)  mas Kid consegue retornar ao Bastion.

De volta ao Bastion ele encontra Rucks e Zia e nesse momento lhe é dado dois caminhos a seguir e Kid deve tomar sua segunda grande decisão, Restaurar Cealondia resetando Bastio, ou seja voltando no tempo para antes de tudo ter acontecido ou Evacuar o Bastion e ficar ao lado de Rucks e Zia nesse novo mundo, destruído mas novo.

Minha decisão foi Evacuar o Bastion, por três motivos:

O primeiro é que se o Bastion é uma maquina do tempo e seu poder permite voltar para antes da Calamity acontecer isso não impede que a Calamity aconteça novamente pois Rucks da indicios de que não é a primeira vez que isso acontece.

O segundo motivo é uma fala da Zia na qual ela diz que prefere viver esse novo recomeço do que ter que viver tudo o que se passou de novo, afinal ela era discriminada por se uma Ura e não queria viver isso novamente

O Terceiro motivo Rucks explica que ao resetar o Bastion todos eles iram se esquecer de tudo que viveram ate ali e voltar para um momento antes da Calamity o que impede que algum deles faça algo para evitar a Calamity, já que não saberão o quem quem e quando aconteceu.

Agora minhas indagações filosóficas quanto a historia do jogo:

Para mim Kid e Rucks são a mesma pessoa, e o Bastion foi criado por Rucks após a Calamity. Sendo assim Rucks criou um paradoxo pois ao criar o Bastion e voltar no tempo, da primeira vez ele criou um novo eu de si mesmo o qual ficou no Bastion, pois se ele Rucks ativar novamente o Bastion para restaurar o tempo ele mesmo perderá suas memorias e o ciclo continuar por vairas e varias vezes, por isso não se sabe ao certo quanto tempo ele levou para cria-lo e por isso a aparência de mais velho.

Ao interferir com sigo mesmo "Kid" ele  impede que o mesmo crie novamente o Bastion pois o mesmo agora existe nesse momento do jogo, com isso o indaga a fazer o Bastion funcionar novamente (para mim os cristais são o combustível do Bastion e por isso Kid sempre tem que recupera-los) por varias vezes Rucks solta frases como "isto me lembra minha juventude" e "eu não teria tomado uma decisão diferente desta" indicando que já viveu aquilo.

E já que Rucks decidiu interagir com Kid para que ele tomasse a decisão certa a qual acredito que Rucks já não podia mais tomar se agora ele escolher Evacuar Bastion acabaria com o direito de Kid decidir seu destino já que ele Rucks criou o paradoxo (imagino que a licença poética esta em "a decisão é minha mas o
meu eu que tem o direito de toma-la é o desse do presente" nessa caso o Kid mesmo que isso signifique que ele viva em um loop eterno).

Porem se Kid escolher restaurar o tempo Rucks deixa de existir (pois aqui ele existe apenas como paradoxo) e todo ciclo se repete ate que ele enquanto Kid crie o Bastion novamente e volte para interagir com sigo mesmo de novo e de novo.

O pano de fundo que faz essas decisões terem relevam cia na historia são Justamente Zia e Zulf, suas motivações, medos desejos, como disse la em cima do texto, o que me influencio a Evacuar o Bastion foi o desejo de Zia de criar um novo futuro junto aqueles dois e não voltar a viver naquele mundo de guerra opressão sempre com medo,

Fica claro também que ate o momento entre Zia ser resgatada e Kid recuperar o ultimo fragmento de Zulf o narrador conta a historia da jornada de Kid para Zia e somente depois que Kid salva/abandona Zulf é que estamos interagindo no momento presente do jogo.

Não consigo ter certeza se Zia tem alguma relação afetiva com Kid, acho que não, para mim parece mais um sentimento de gratidão por todo esforço dele mas se sobrarem só os 3 eu não duvido que role algo.

Tambem acredito que as ações de Kid com todos eles já o tornam por si só um individuo que no presente já não é mais o Rucks e com isso somente se o Bastion for destruído como Zulf queria eles poderiam seguir em frente criar um futuro por isso acho que Rucks nunca revelaria e ele que são a mesma pessoa pois talvez tenha medo da reação do Kid.

Acho que poderia ate viajar mais em cima das imagens mostradas em cada final do jogo mas isso deixaria esse post ainda mais quilométrico, mas só pra finalizar ao começar um New Game Plus o narrador (Rucks) diz "I see you on the next one!"